Aprenda neste artigo como vencer a procrastinação utilizando a neurociência.
Responda sinceramente. Quando foi a última vez que deixou algo para fazer depois? Arriscaremos um palpite, foi hoje. E temos certeza de que este palpite está certo, mesmo que ainda você não tenha consciência disso. O motivo é simples: nós procrastinamos o tempo todo. Seja um relatório que foi solicitado pelo chefe ou mesmo algo sem importância, como responder a um “oi” no WhatsApp.
De fato, não há nada de errado em adiar algumas tarefas ou decisões. Inclusive, isso é até saudável em certo nível. O grande problema é quando começamos a procrastinar tudo, principalmente o que é mais importante em nossas vidas. Mas como controlar esse comportamento?
Procrastinação (subst. feminino): ato ou efeito de procrastinar; adiamento, demora, delonga.
Um breve estudo sobre o cérebro humano
Para entendermos como funciona a procrastinação, precisamos compreender como funciona o nosso sistema nervoso central. Em nosso organismo existe um hormônio neurotransmissor chamado dopamina, que assim como a serotonina, também está envolvida em processos relativos ao controle dos movimentos, do aprendizado, do humor, da memória, das sensações, das emoções e, principalmente, sensação de prazer. O nível anormal da dopamina pode provocar problemas como a doença de Parkinson, por exemplo.
Em função de seus efeitos benéficos, a dopamina acaba sendo uma substância altamente viciante (inclusive, é daqui que surge o termo “dopado”).
Definimos uma atividade como prazerosa quando esta estimula a produção natural de dopamina em nosso corpo: assistir a filmes e seriados, tomar banho, realizar exercícios físicos, conversar com pessoas de quem gostamos, navegar nas redes sociais… Existem infinitas fontes para isso.
Cada uma dessas atividades resulta em uma produção com quantidades diferentes deste neurotransmissor. Mas você já deve ter percebido que quanto mais quantidade de dopamina é liberada, maior é o prazer sentido. E quanto mais rápido passar o efeito dessa dopamina no cérebro, mais viciante a atividade se torna.
O que isso tudo tem a ver com a procrastinação?
Em geral, tendemos a procrastinar atividades que consideramos chatas (que liberam pouca dopamina) para realizar aquelas que achamos divertido (que liberam muita dopamina). Essa “necessidade” por prazeres imediatos é o que toma a atenção e motiva a realizar atividades irrelevantes antes de qualquer outra coisa.
Este ciclo geralmente só é quebrado quando somos coagidos por uma força chamada “prazo de entrega”. Isso ocorre em função da carga de adrenalina que é produzida quando nos deparamos com uma situação de pânico. Muitos respondem tão bem ao estímulo desse neurotransmissor que tornam-se hiper produtivos enquanto estão sob efeito desse hormônio. Como consequência, tais pessoas justificam-se dizendo que “trabalham melhor sob pressão”.
É curioso observar que tanto a dopamina quanto a adrenalina são substâncias químicas naturais viciantes. Por conta dessas substâncias que procrastinamos.
Vida do procrastinador: o estresse constante
Já descobrimos as causas biológicas que nos levam a adiar o que é importante. É bem mais gostoso ficar rolando o feed do Instagram do que elaborar páginas e mais páginas de relatórios para a empresa, certo?
Errado. Porque agora iremos compreender algo que acontece depois que passam os prazeres da dopamina e surgem os efeitos da adrenalina.
Uma vez reduzidas as taxas da dopamina, voltamos a um estado em que o prazer já não é uma constante. Apenas isso não seria um problema, se não fosse o fato de que agora estarmos no pico da segunda.
A adrenalina sempre foi imprescindível para a sobrevivência da espécie, pois é ela que estimula os membros responsáveis pela fuga ou pela luta em uma situação de perigo.
Então, concluímos que, biologicamente falando, os efeitos da procrastinação são os seguintes: um pico de prazer seguido de pânico e estresse intensos, causados também pela elevação do hormônio cortisol.
Como virar o jogo
A primeira coisa a ser feita é identificar os gatilhos que te levam a procrastinar. Se a natureza da tarefa é um gatilho, procure criar estratégias que te ajudem a priorizar essa atividade.
Por exemplo, você pode coloca-las junto com outras atividades mais agradáveis ou estabelecer um horário específico do dia para realiza-las, ao invés de deixar para fazer “quando sobrar tempo”.
Outra medida é quebrar uma atividade muito grande ou cuja entrega só é dada após um prazo muito longo, em pequenas entregas.
Crie metas e estabeleça uma rotina de trabalho que permita ir “construindo” o trabalho pouco a pouco. Fazendo assim, não será preciso ficar 12h trabalhando na mesma coisa e o esforço será divido ao longo do tempo. Ao atingir os objetivos menores a sensação de progresso e o nível de satisfação naturalmente aumentarão.
Essa estratégia ajuda o cérebro a aproximar os ganhos da tarefa e funciona como uma recompensa que o motiva a continuar o processo.
Resumidamente, o segredo para vencer a procrastinação é fazer com que as atividades que tanto adiamos sejam realizadas com a ajuda de nosso sistema de recompensas, onde a dopamina é utilizada de forma constante em prol de nossos objetivos e não mais somente para o “prazer imediato”. 😉
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